tag:blogger.com,1999:blog-91897620274299449582024-03-14T04:26:13.034-07:00ideias soltas e devaneios atemporaisDébora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.comBlogger89125tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-26813682451013951082012-12-31T15:15:00.003-08:002012-12-31T15:15:39.253-08:00Fragmentome digas, então: se eu te amasse, ajustaria teu coração? o teu corpo reconheceria essa massa estranha que bate dentro de ti?<br />
talvez eu tente, sim, ajustar-te a esse mundo de corpos fechados, corações dormentes e mãos armadas.<br />
e de ti, minha menina, só espero poder estancar o coração varado de flechas e, quem sabe, um dia te sintas adequada.Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-6769960942972699182012-11-27T18:39:00.002-08:002012-12-23T13:15:38.031-08:00Na última folha do meu caderno, uma históriaEra 5 de maio de 2012.<br />
<br />
Uma mulher me observa dentro do ônibus enquanto olho desatenta o rio pelo qual passamos. Me pergunta, certeira:<br />
- Você está pensando em alguém, não é?<br />
Sorrio impressionada. Mas que perspicaz! Tento disfarçar, dizendo:<br />
- Pensando na vida...<br />
Não satisfeita, dispara:<br />
- Com esse sorriso no rosto? Não! Você está pensando em alguém, sim.<br />
E agora? Desmascarada, sorrio novamente, dessa vez acompanhada da esperta senhora.<br />
Desço do ônibus, cheguei ao meu destino. Ainda estou sorrindo, encantada com a delicadeza e atenção daquela mulher que provavelmente nunca mais verei na vida, mas que me decifrou em alguns segundos.<br />
Mas que perspicaz!, pensei. Atravessei a rua, segui caminhando para encontrar o motivo daquela interação inusitada. Finalmente, o encontrei. O dono dos meus pensamentos - os bons e os ruins - e do meu <i>agora </i>antigo sorriso espontâneo.<br />
<br />
<br />
Quem me dera passar mais tempo com aquela senhora e, quem sabe, aprender como posso voltar a ter aquele sorriso bobo no rosto. Aquela sensação de que existia, ainda que distante, um "nós".Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-38968283275294648392012-09-07T11:44:00.000-07:002012-09-07T12:27:31.330-07:007 de setembro. 2012. <div style="text-align: justify;">
7 de setembro. O ano é 2012.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há exatos 190 as pessoas que viviam nesta terra, Brasil, receberam a notícia de que, a partir de então, eram independentes. Imagino que levantaram-se bandeiras, soltaram fogos e saíram às ruas - os que compreendiam e os que aderiram à onda. Enfim, brasileiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há 48 anos outros brasileiros assistiram à tomada da presidência da república por um levante militar. Era preciso pôr ordem na casa que, à beira das garras comunistas, corria perigo. Proteja-se a pátria!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, por 24 anos meu avô, meu pai e outros tantos brasileiros viveram num Brasil, nossa pátria, em que não era permitido questionar. Brasil, ame-o ou deixe-o. Ao meu avô, restou-lhe trabalhar para que certo dia o país voltasse à calma. Ao meu pai coube a indignação dos jovens. Saiu à ruas e gritou para ser ouvido. Os defensores da pátria, no entanto, levantaram armas contra ele e tantos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Durante muito tempo, os pensamentos e preces da minha avó foram dedicadas ao meu pai. Para que, enquanto tentava questionar um país de imposições e censura, não fosse pego e nunca mais visto. Imagino que milhares de outras mães faziam o mesmo. Sei, no entanto, que muitas não tiveram as preces ouvidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, 7 de setembro de 2012, assisto na TV passeatas e desfiles cívico-militares de tão orgulhosos brasileiros. Olho bem seus rostos e vejo que estão felizes com sua pátria, o nosso Brasil. Vejo pessoas, famílias inteiras, sentadas em arquibancadas sob sol quente. Vejo bandeirinhas, sorrisos e esquecimento. Nesse momento me falta ar, meus olhos alagam e minha garganta é tomada por um grito contido, um nó que dói e imagino ser a dor de milhares de mães, pais, jovens, velhos e mortos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu vejo, também, que alguns brasileiros ainda lembram das preces não atendidas, dos jovens desaparecidos, dos nomes e rostos dos responsáveis da minha dor e tantas outros brasileiros. Por fim, eu vejo as pessoas que comemoram o 7 de setembro olharem feio para aqueles com cartazes na mão e gritos de protesto e memória. Devem pensar "estes vagabundos não tem o que fazer" ou "é por isso que o país está assim, é preciso pôr ordem nessa baderna". Daí aparecem as fardas, retiram os cartazes, os gritos e aqueles que lembram para dar passagem ao progresso, à ordem, à pátria amada, ao Brasil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então eu choro. Eu, brasileira, que não vivi nenhum dos acontecimentos citados, sinto cada um deles na pele, no que há de mais patriota em mim. E penso: onde nós estamos errando?</div>
Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-13290982241749589052012-05-19T14:02:00.002-07:002012-09-08T09:51:10.765-07:00toda sorteantes fosse a poesia<br />
disfarçada por recursos e lírica<br />
antes fosse, antes fosse.<br />
<br />
antes fosse a minha sorte<br />
que no lugar de você<br />
fosse qualquer sorte ou azar.<br />
<br />
mas foi minha, minha poesia<br />
e te fez sorte,<br />
e te trouxe disfarçada.<br />
<br />
antes fosse azar escancarado<br />
antes admitisse o veneno,<br />
que, por um beijo, me contaminasse.<br />
<br />
antes fosses anunciado<br />
azar meu, sorte minha<br />
<br />
antes levasse a poesia,<br />
e me deixasse intacta<br />
<br />
antes meu azar do que isto<br />
isto que não restou e<br />
e.Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-27680300078014472442012-04-28T20:41:00.000-07:002012-04-28T20:44:57.287-07:00Cá estou: Beirando a linha tênue entre a lágrima saltando aos olhos e a gota escorrendo pelo rosto.<br />
Na encruzilhada sem nome em que a impossibilidade de continuar a querer se faz real.<br />
Cá estou eu a sentir liquefeito tudo aquilo que era sólido, seguro, constante.<br />
Cá estou a tentar secar os rastros de você espalhados pela pele fria, pálida.<br />
E você da dor em mim nada sabe. Não saberá.<br />
A tristeza se com veste uma bela máscara, essa mesma que te cumprimenta.Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-70608589133940938872012-04-06T16:07:00.001-07:002012-04-06T16:08:45.326-07:00Eu tenho medo de viver o dia em que você não vai significar nada pra mim.Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-77498935425289937092012-04-02T20:20:00.005-07:002012-04-02T20:31:10.422-07:00<div>O que te fez</div><div>que te dói</div><div>que te deixou,</div><div><i style="font-size: 100%; "><div style="display: inline !important; "><i style="font-size: 100%; ">cold as ice</i><span style="font-size: 100%; font-style: normal; ">.</span></div></i></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-67609601960094020142012-04-02T16:25:00.002-07:002012-04-02T16:29:13.167-07:00There is a song for the blue<span ><span style="font-size: 100%;"><iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/jwzcBHDIqKE" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></span></span><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><br /></div><div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-align: left; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Blue, songs are like tatoos</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-align: left; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >You know I've been to sea before</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-align: left; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Crown and anchor me,</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-align: left; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Or let me sail away</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-align: left; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="color: rgb(102, 102, 102); background-color: rgb(255, 255, 255); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; ">Blue, there is a song for you</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Ink on a pin,</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Underneath the skin,</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >An empty space to fill in</span></div><div style="text-align: left;"><span ><span style="font-size: 14px; line-height: 21px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >You've got to keep thinking</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >There's so many sinking</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Now you gotta keep thinking</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >You can make it through these waves</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Acid, booze, and ass</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Needles, guns, and grass</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Lots of laughs, lots of laughs</span></div><div style="text-align: left;"><span ><span style="font-size: 14px; line-height: 21px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Everybody's saying that</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Hell's the hippest way to go out</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); height: 42px; "><span >I don't think so, but I'll take a look around it, though</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Blue, I love you.</span></div><div style="text-align: left;"><span ><span style="font-size: 14px; line-height: 21px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Blue, here is a shell for you</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >Inside you'll hear a sigh</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >A foggy lullaby</span></div><div style="text-align: left; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; margin-bottom: 3px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >There is your song from me</span></div></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-21810780626453231002012-03-29T19:07:00.000-07:002012-03-29T19:09:40.025-07:00há de haver<div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span >finalidade</span></span></div><div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><br /></span></span></div><div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><br /></span></span></div><div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><br /></span></span></div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><div><span style="color: rgb(51, 51, 51); line-height: 14px; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span ><br /></span></span></div>ferir a ponto de sangrar. pra doer. pra ver escorrer o sangue. pra chorar. pra desejar que pare. pra ter medo de não estancar. pra machucar em cima. pra sangrar de novo e de novo. e de novo. pra implorar que acabe. pra urrar. sussurrar. chorar. pra, algum tempo depois, cansar. cansada, chorar. até não haver mais lágrimas. pra molhar. pra secar. pra ferir. pra lembrar. você.</span></span>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-55300481824286564732012-03-08T19:05:00.003-08:002012-03-10T09:53:29.139-08:00é plano<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU52WKmFYvDWVH4KKdSuFBEQ0E8BZsjt2QiHgHcmdDEGmMG5DtFdMgBZITQiNRZHozz33QTYFUzKDdsCv9PUnNtoymmJOinBwNnHl_QmjExoFy7zcNTgr2duqgNdzfjSceA9A9O2EuctYZ/s1600/is+this+it+tatoo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 291px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU52WKmFYvDWVH4KKdSuFBEQ0E8BZsjt2QiHgHcmdDEGmMG5DtFdMgBZITQiNRZHozz33QTYFUzKDdsCv9PUnNtoymmJOinBwNnHl_QmjExoFy7zcNTgr2duqgNdzfjSceA9A9O2EuctYZ/s400/is+this+it+tatoo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5717728220964512354" /></a>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-91515505259600036892012-03-08T18:52:00.006-08:002012-03-08T19:13:42.507-08:00diz-se das viagens para dentro e fora de nós mesmos<div style="text-align: justify; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; "><br /></span></div><div style="text-align: justify; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; ">Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo de alguma coisa ou caçando outra. Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando; nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior parte da vida — e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, ficando. Assim estou eu. E não é sem melancolia que me preparo para ver você sumir na curva do rio — você que não chegou a entrar na minha vida, que não pisou na minha barranca, mas, por um instante, deu um movimento mais alegre à corrente, mais brilho às espumas e mais doçura ao murmúrio das águas. Foi um belo momento, que resultou triste, mas passou.</span></div><div style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; "><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana; text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana; text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; "><span style="font-family: Verdana; text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; "><br /></span></div><div style="font-family: Georgia, serif; font-size: 100%; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; text-align: right; "><span style="font-family: Verdana; text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: small; ">Trecho de 'A Viajante', de Rubem Braga.</span></div></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-10539744150929400422012-02-26T07:19:00.002-08:002012-02-26T07:29:57.483-08:00Da esperaDo tempo, as horas<div>Das horas, os minutos</div><div>Dos minutos, os ágeis segundos</div><div><br /></div><div>Destes, a distração</div><div>Dela, a anestesia</div><div>Do sábio e da sabedoria, </div><div>A cura.</div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-35057484293815669712012-02-12T05:00:00.001-08:002012-02-26T07:40:37.389-08:00Sem cobertura<p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O seguro não cobre esse tipo de avaria, senhor. O relatório de avaliação informa que nossa perícia não pôde identificar a extensão e a gravidade das suas lesões. Até onde podemos afirmar, não há um tratamento conhecido que seja eficaz. Mais uma vez, nossa empresa reforça que abrangemos cerca de 98% das doenças conhecidas, trabalhamos com especialistas experientes e reconhecidos, prezando sempre por um de nível de excelência. Esperamos que nosso contrato permaneça vigente por muitos anos, garantindo a saúde do senhor nos mais diversos momentos de necessidade. Infelizmente, não podemos tratá-lo agora, mas esteja certo de que a AS Seguros e Reparos envia os mais sinceros votos de saúde ao seu coração.</p><p></p>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-31293918543959212852012-02-05T18:29:00.001-08:002012-02-26T07:40:04.935-08:00Sobre perdas e vagas não preenchidas<div style="text-align: justify;">Começo a acreditar que certas coisas se vão, doem e então seguimos vivendo, amenizando a falta que fazem. Mas a cada vestígio de lembrança a ferida abre, rasga a pele novamente. Restam vagas, lugares que vez ou outra você acredita poder ser reocupado. Certa hora, porém, você descobre que não é possível repor, completar, suprir o que se foi. A vaga vazia é uma ferida. É a ferida. Mas é também esperança. Pois não consigo não pensar na vida como uma série de vagas, enfileiradas, sendo ocupadas e habitadas por determinado tempo, por determinadas pessoas. E então, mais cedo ou mais tarde, uma vaga é desocupada. Por inúmeros motivos. Uns fazem bem, outros te fazem chorar. O fato é que ficam vagos. Outro fato, certamente, é que existem vagas naturalmente não ocupadas. É a esperança de que falei. A espera por novos inquilinos, nova decoração e estilo de vida. A espera sempre por algo que não precise ir, que fique o tempo necessário para fazer sofrer ao partir. Pois sempre há a hora da partida. Sempre as vagas, idas e vindas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Me surpreendo por ainda me surpreender com o quanto um coração pode ser dividido. E continuar a bater. A amar. A desejar novos moradores. Talvez as vagas, preenchidas e não preenchidas, sejam essenciais para isso. Já disse alguma vez, me cito agora: sem dor, enlouqueceria.</div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-85947109702028576872012-02-05T18:10:00.000-08:002012-02-12T05:05:50.447-08:00Coisas que você não vê se estiver distraídoeu te vi tentar me consolar<div>apesar de não saber ao certo o que eu sentia</div><div>eu te vi tentar entender a extensão da minha dor</div><div>mesmo que se fosse você, não sentiria tanto</div><div>eu tive teu apoio, </div><div>e eu vi tua vontade de amenizar meu sofrimento.</div><div>por mais que estejamos desencontrados</div><div>eu encontrei em ti o carinho que eu precisava</div><div>não o que eu desejava ou o que espera-se receber</div><div>mas o afeto cuidadoso de quem tenta sarar minhas feridas</div><div>e se não consegue, ao menos cuida delas</div><div>diminui minha dor, oferece um abraço</div><div>eu te vi me dar um tanto do teu amor, </div><div>em um gesto simples, mas devoto</div><div>sair da tua redoma para proteger a minha.</div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-65559884165889250362012-01-30T20:01:00.000-08:002012-01-30T20:02:30.808-08:00a falta que faz<div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><span style="text-align: right; "><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div><span style="text-align: right; "><br /></span></div><div style="text-align: right;">... a espontaneidade dos amores ternos, aqueles que quando você menos espera vão embora.</div></span>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-49206636210652759382012-01-29T03:17:00.000-08:002012-01-29T03:21:23.718-08:00me perder nos teus olhos turvos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxF5VJsInWK9GSKbwbl4vNiOlrD_fNtL7v7tT4nu-0rzzl4Lu2aFGr1JH0jnwG2tf6U28Tr8-sZjd_Vsxj1U3YvqY0TY9ssPoZRmJ7MLhHxxNkx2geZYbfkoOijW03Wd1j95xlrI4HtTeP/s1600/anal%25C3%25B3gica+4.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 258px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxF5VJsInWK9GSKbwbl4vNiOlrD_fNtL7v7tT4nu-0rzzl4Lu2aFGr1JH0jnwG2tf6U28Tr8-sZjd_Vsxj1U3YvqY0TY9ssPoZRmJ7MLhHxxNkx2geZYbfkoOijW03Wd1j95xlrI4HtTeP/s400/anal%25C3%25B3gica+4.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5703012047788381858" /></a><div><div style="text-align: center;"><span ><u><br /></u></span></div></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-72872851880822628342012-01-29T03:16:00.001-08:002012-01-29T12:36:08.478-08:00Recife faz mal ao coração II<p style="margin-top: 0.7em; margin-right: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; color: rgb(34, 34, 34); line-height: 22px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify; "><span>Recife faz mal aos corações médio e pequeno burgueses. Nós, que pagamos pelas fantasias realizadas por homens alheios à boemia e ao saudosismo que inspiram nossas vãs paixões. Eles, que vendem sonhos e romance em pequenos botes jogados às águas de rios sedentos de lágrimas.</span></p><p style="margin-top: 0.7em; margin-right: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; color: rgb(34, 34, 34); line-height: 22px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify; "><span>Essa brisa que dá no Recife faz mal ao coração. Brisa doce, cheia de lembranças. Essas ruas do Recife fazem mal ao coração. Cada calçada e cada esquina te esperam para o dèjá vu de um beijo, um abraço que não voltará a acontecer. Recife e suas ruas fazem muito mal ao coração daqueles que se permitem apaixonar pelos detalhes, pelos sussurros, pelas promessas de retorno. Nos apaixonamos pelos corações desenhados na palma da mão, pelos acenos de dentro do táxi.</span></p><p style="margin-top: 0.7em; margin-right: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; color: rgb(34, 34, 34); line-height: 22px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify; "><span>Quantos corações não choraram às margens dos rios que recortam essa cidade? Quantos não choraram suas decepções, entraram num bote e alimentaram a ilusão de que acabaria tudo bem? E os homens que os levaram mar adentro, o que amaram? Quantos passageiros e navegantes não escreveram poemas assistindo à vida que vai e vem pelos rios e ruas do Recife? </span></p><p style="margin-top: 0.7em; margin-right: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; color: rgb(34, 34, 34); line-height: 22px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify; "><span>Se foram. As dores, as paixões, as noites, os vendedores de romance e os jovens tolos, as ilusões. Todos foram, todos vão. Mas a cidade, as marcas que nela e por ela foram feitas permanecem.</span></p><p style="margin-top: 0.7em; margin-right: 0px; margin-bottom: 2em; margin-left: 0px; color: rgb(34, 34, 34); line-height: 22px; background-color: rgb(255, 255, 255); text-align: justify; "><span>Pois Recife é exatamente isso: uma cidade de passagem. Onde se encontra e se perde. Vai-se embora, mas as marcas ficam em você. Não custa avisar, mais uma vez: Recife faz um mal danado ao coração, cuida do teu.</span></p>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-30468600782524318772012-01-28T16:06:00.001-08:002012-01-29T03:15:52.804-08:00De onde vem as respostas<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Deito, passo a encarar a escuridão. Procuro atravessar a espessa camada do escuro sólido, aquele que paira no ar e sussurra aos nossos ouvidos nos momentos de medo. Alcanço a verdadeira escuridão. Liberta de sons, cheiros ou qualquer movimento. A escuridão dos sentidos, o reduto dos meus sentimentos e pensamentos mais profundos e sombrios. Posso passar horas revisitando cenas antigas, recontar momentos e criar um futuro que só existe na minha própria cabeça, no canto escuro dos meus desejos e inquietações. O local onde guardo meus bens mais preciosos, a escuridão, por vezes iluminada, dentro de mim. Segundos arrastam-se por horas, deixam um rastro e revolvem meu estômago, como se descesse uma escadaria interminável em círculos, cada vez mais rápido, cada vez mais fundo, mais escuro. Descendo, lembrando, sonhando, sofrendo, revivendo, escondendo até que finalmente sou puxada de volta pelo ventre. Arremessam-se para fora do redemoinho de sentimentos e, enfim, abro os olhos. Sei a resposta. Tudo o que consigo enxergar é o teto. E uma saída.</p>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-26736749105179602302011-12-15T03:58:00.001-08:002012-03-29T19:18:28.977-07:00Recife faz mal ao coração<div>As luzes dessa cidade não favorecem os corações apaixonados.</div><div> </div><div>São pontes, ruelas, casarões, estátuas demais</div><div>Paisagens que recordam uma época gloriosa, cheia de charme e boemia.</div><div><br /></div><div>Os bares que se esgueiram pelas calçadas, pequeninos</div><div>Os senhores que nos servem e contam causos da juventude, seus amores</div><div> </div><div>Nas festas, os olhares que se cruzam </div><div>Os corpos que se movem embalados pela música constante, pulsante</div><div>Batidas, luzes, movimento.</div><div><br /></div><div> </div><div>O sol nasce e ilumina manhosamente as ruas estreitas, alto dos prédios e igrejas</div><div>Espalha suas teias de luz e desperta aqueles que voltam da noite</div><div>Nas calçadas, amanhecem as mãos dadas</div><div>A espera pelos taxis nas portas, os abraços.</div><div> </div><div><br /></div><div>Recife não faz bem aos corações</div><div>Recife vive te apaixonando.</div><div> </div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-84050017674380385722011-11-24T00:48:00.000-08:002011-11-24T00:51:17.066-08:00sinestesia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNMa1U71SG5U-xW2B86dcFRIbJZ1ukjKx2B85-J7JW0U5hWOfLfra9lFQ3KwqJKL6b4stnK9PWtonxvS_NDjfNa-LRzxGCNan8qmnroGbunCtmlGcfqoyYjsGgCz60ExY4bfPHqOHp1wLc/s1600/335755_262955737083306_100001066457663_718666_1398359056_o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNMa1U71SG5U-xW2B86dcFRIbJZ1ukjKx2B85-J7JW0U5hWOfLfra9lFQ3KwqJKL6b4stnK9PWtonxvS_NDjfNa-LRzxGCNan8qmnroGbunCtmlGcfqoyYjsGgCz60ExY4bfPHqOHp1wLc/s400/335755_262955737083306_100001066457663_718666_1398359056_o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5678482029692112146" border="0" /></a>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-14006099585699439102011-11-19T23:29:00.000-08:002011-11-19T23:46:43.091-08:00Ab-reação<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: medium; ">s.f. Reação de afastamento / Psicanálise</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: medium; ">Descarga emocional pela qual alguém verbaliza e se liberta de um problema inconsciente que o traumatizava.</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: medium; "><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: medium; "><br /></span></div><div><br /></div></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; background-color: rgb(255, 255, 255); font-size: medium; "><br /></span></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-26989013760977765522011-11-19T06:37:00.000-08:002011-11-22T04:01:24.945-08:00mudaàs vezes a gente precisa mudar<div>mas às vezes, poucas vezes, é preciso permanecer e viver</div><div>nessas vezes, lembre-se anotar o que viveu</div><div>depois você mudará e às vezes vai achar que não deveria</div><div>mas, vez ou outra, vai lá e leia</div><div>às vezes a gente só precisa lembrar</div><div>e, assim, não permanecer no erro de não mudar.</div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-25660329180065174712011-11-19T05:45:00.000-08:002011-11-22T03:59:45.600-08:00Debruçar-meUma criança, é o que sou. <div>Em verdade, admito, diante de você, dessa rua, <div>É preciso que alguém tome minha mão e me atravesse</div><div>Mãos estão em falta, me disse a senhora na calçada.</div><div><br /></div><div>Mãos, pais, pés estão em falta, eu soube</div><div>E agora, Deus? Deveria eu andar sozinha por essas ruas e pessoas?</div><div>"E agora? É uma ótima pergunta", alguém disse</div><div>Me virei e não vi, já havia atravessado.</div><div><br /></div><div>E agora? Atravesso? Pulo?</div><div>De rua, se tornou abismo.</div><div>Já me apeguei a tanta coisa inútil, pensei</div><div>Mãos, pais, pés?</div><div>Debrucei-me.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9189762027429944958.post-17924780444191100732011-10-23T09:01:00.000-07:002011-12-17T11:04:49.884-08:00Tempo de (in)certezas<p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>23:04<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>O último ônibus sai às 23h? Merda! Não acredito que perdi.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Caminhei pela estação quase deserta, havia um banco mais a frente. Poderia esperar pelo próximo ônibus, se é que ainda havia um.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:07</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Ele viu. Pernas nuas, um vestido preto ajustado e sapatos marrons. Cabelos soltos, jogados por cima dos ombros. Só um casaco a protegia do frio daquela noite de Maio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:10</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Ela me viu. Mas que cara é essa?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Decidiu se aproximar e perguntar se ainda haveria algum ônibus.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:12</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Você está esperando o ônibus? O último já passou?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:12</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>O último também perdeu a hora, assim como eu e você. Mas não, eu não estou esperando.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:13</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Ela se sentou no banco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Ahn, bom, então o último ônibus ainda vai passar?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Sim...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:16</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Você não é de falar muito, não é? Se não está esperando o ônibus, o que você ta fazendo aqui?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Olhou-me de canto, resmungou algo que não pude ouvir e sorriu. Meu Deus, que sorriso! O que ela fazia ali, afinal? Sozinha numa estação de ônibus, inexplicavelmente linda e desprotegida! Esperei pela sua resposta. Não veio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:20</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Por que você está aqui sozinha? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:20</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Você também não está? Só, eu digo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Não pude conter um sorriso. Ela sorriu também.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:22</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Você é o tipo de garota que destrói corações, não é? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Ela apoiou o queixo nos joelhos, fechou os olhos meneando a cabeça lentamente, torceu o canto dos lábios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>Não, eu sou do tipo que tem o coração partido. O que você esperava chegou.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span><o:p> </o:p></span>23:22</p> <p class="MsoNormal" align="left" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:left;line-height:normal"><span>O ônibus parou na estação. Eu subi, mas ela ficou. Sentada, um olhar gélido e distante. Não me olhou.<o:p></o:p></span></p>Débora S. Brittohttp://www.blogger.com/profile/08144152652509997407noreply@blogger.com1