Em mim, falar nunca foi um mero atributo fisiológico, mas sim uma necessidade, antes de mais nada, à minha sanidade. Eu tento, mas não consigo, eu me calo tantas vezes... Me sufoco.
Eis que resolvi mudar. Tentar, ao menos. E aqui vamos nós. Um aviso talvez venha a calhar: não tenho nenhuma intenção de ser sutil ou agradável, estou mais pra algo indigesto, cru. Mais sinta-se à vontade, quem sabe algo lhe desperte, quem sabe algo lhe destrua.
Uma única letra. Uma tentativa de descrição?
Em espanhol, sim, porque eu gosto. Porque há nos trocadilhos, nas entrelinhas, no subentendido, no 'ar' toda a mágica da manipulação da palavra. Reducto, reduzido, afinal, tudo parece se encaminhar para uma mesma questão, da qual nunca obtemos resposta. Reduto, refúgio, forte, fortificação. Será? Guardamos a sete chaves toda a vulnerabilidade, pra que? Difarçamos desespero com sorrisos bem ensaiados, pra que? Escondemos o que há de melhor e pior em nós, pra que? Não dizem que a sinceridade é a base pra toda relação estável e verdadeira? Deveríamos, então, nos revelar por inteiro? Aceitaríamos e seríamos aceitos depois de desnudar nosso ser desse modo? Poderia alguém ser tão devoto?
Não. E quem o finge ser é com certeza um ótimo ator. Soa estranho, eu sei. Mas é isso: defendo que devemos esconder. Na verdade, não necessariamente esconder, mas resguardar. Tudo aquilo que nos é vital, tudo aquilo que pode nos destruir devemos resguardar. E não digo com isso que não se deve se entregar, ser verdadeiro. É só preservação. Uma hora alguém deve pensar no seu bem, ainda que esse único alguém seja você. Revelar-se, meu caro, é nada mais que pertencer a outros. E outros não se importam em lhe preservar.
Eis que resolvi mudar. Tentar, ao menos. E aqui vamos nós. Um aviso talvez venha a calhar: não tenho nenhuma intenção de ser sutil ou agradável, estou mais pra algo indigesto, cru. Mais sinta-se à vontade, quem sabe algo lhe desperte, quem sabe algo lhe destrua.
Uma única letra. Uma tentativa de descrição?
Em espanhol, sim, porque eu gosto. Porque há nos trocadilhos, nas entrelinhas, no subentendido, no 'ar' toda a mágica da manipulação da palavra. Reducto, reduzido, afinal, tudo parece se encaminhar para uma mesma questão, da qual nunca obtemos resposta. Reduto, refúgio, forte, fortificação. Será? Guardamos a sete chaves toda a vulnerabilidade, pra que? Difarçamos desespero com sorrisos bem ensaiados, pra que? Escondemos o que há de melhor e pior em nós, pra que? Não dizem que a sinceridade é a base pra toda relação estável e verdadeira? Deveríamos, então, nos revelar por inteiro? Aceitaríamos e seríamos aceitos depois de desnudar nosso ser desse modo? Poderia alguém ser tão devoto?
Não. E quem o finge ser é com certeza um ótimo ator. Soa estranho, eu sei. Mas é isso: defendo que devemos esconder. Na verdade, não necessariamente esconder, mas resguardar. Tudo aquilo que nos é vital, tudo aquilo que pode nos destruir devemos resguardar. E não digo com isso que não se deve se entregar, ser verdadeiro. É só preservação. Uma hora alguém deve pensar no seu bem, ainda que esse único alguém seja você. Revelar-se, meu caro, é nada mais que pertencer a outros. E outros não se importam em lhe preservar.
Guardar o que pode te destruir não te salva de nada. Pelo contrário, quanto mais guardas, mais isso te corrói, mais isso te degenera. Esconder nossa verdade para ser aceito é a maior das idiotices, antes sê verdadeiro e apenas aceito por si mesmo que te rebaixar pra ser aceito por outros. Tua essência é o que mais te vale, negue ela e negará tudo que for sincero.
ResponderExcluirE, claro, todos temos defeitos. Temos alguns dos qual nos envergonhamos profundamente e alguns que não queremos mudar. Mas cabe a nós, e somente a nós, tentar nos purificar. Não é algo religioso, é simplesmente humano e no final acaba sendo até racional. Cabe-nos sair da mesquinharia e, a partir disso, mais puros, cabe a quem for digno, nos aceitar. Você pode se mostrar, ser cem por cento sincero e não estar nas mãos de ninguém. É verdade que os outros não tentaram, de forma alguma, te preservar, mas você, sendo superior a tudo, continuará íntegro.