Para todos os que se deixam levar, os que não ouvem, os que se antecipam indevidamente. Eis uma his/estória para contar.
Depois de tudo o que havia acontecido, tantas ideias falsas de envolvimento fajuto, tanta confusão, tantas palavras proferidas pra machucar, tantas tentativas de se evitar o pior, chegou-se ao limite. Um limite instável, devo dizer. Uma fina linha que nos mantinha seguros de nós mesmos. Afinal, nos feríamos mutuamente, sem remédio, sem saída, inevitavelmente. Não era saudável, enfim. Comunicação não era o forte, bem sabemos. Mas insistia-se em proclamar que havia certo e errado, que nossas compreensões do que havia ali eram as únicas admitidas como verdade. Éramos tolos, sei. E como tolos, não percebemos a infinidade de vezes em que, pouco a pouco, minávamos o que havia de mais bonito, o melhor naquela confusão que, sabíamos, era amor. Não gostava de brigar, mas as discussões surgiam do nada, dessa necessidade irracional e incontrolável de querer, de te querer e de não saber bem ao certo se você estava disposto, se naquele momento éramos nós dois, nada além de nós. Bem sabemos que a vida, nossas vidas, são bem mais que nós. Queria poder estar ao teu lado a cada fisgada que, sei, você sentiu em seu peito, a cada lágrima que tentou impedir, a cada momento em que o chão poderia se abrir, pois nada mais importava. Eu queria poder te dizer, e te fazer entender, que eu apertaria tua mão, não te deixaria cair. Pois havia tanto para nós aqui em cima, eu consigo ver, no meio de todo o sofrimento, de pensamentos sombrios, de sentimentos guardados, através desses nossos orgulhos feridos e tão massacrados. Eu queria poder rasgar essa cortina que você construiu, que só me permite enxergar o teu contorno quando há muito eu toquei o teu cerne. É que essas palavras que dissemos não tinham um manual de instruções. Elas não seguiram o caminho que esperávamos, afinal, quem poderia esperar por isso? "Eu te amo" é muito mais do que três palavras, sete letras, não é? Elas foram bem mais o ápice do nosso desencontro que o clímax da nossa relação. Mas eu não queria que o erro maculasse isso que nós temos, isso que não necessita de palavras, de codificações ou decodificações. Isso que é maior que nós, que me faz te alcançar, rasgar cortinas e te penetrar, enfim. Isso que destrói esses belos muros que construímos para nos proteger um do outro. Isso que, sabemos, e espero, é o nosso amor. Que permanece oculto, latente como a única verdade, a única nossa verdade.
E não tem fim, entende? Nunca poderemos estar seguros, pois isso que se deseja implica devoção - algo tão distante e ilusório. Segurança não nos liberta, apenas o confiar no outro nos permite ser e viver o que é para ser nosso. Isso é aqui, em qualquer lugar onde estivermos, mas não tem que ser agora. É importante saber (te) esperar.
Depois de tudo o que havia acontecido, tantas ideias falsas de envolvimento fajuto, tanta confusão, tantas palavras proferidas pra machucar, tantas tentativas de se evitar o pior, chegou-se ao limite. Um limite instável, devo dizer. Uma fina linha que nos mantinha seguros de nós mesmos. Afinal, nos feríamos mutuamente, sem remédio, sem saída, inevitavelmente. Não era saudável, enfim. Comunicação não era o forte, bem sabemos. Mas insistia-se em proclamar que havia certo e errado, que nossas compreensões do que havia ali eram as únicas admitidas como verdade. Éramos tolos, sei. E como tolos, não percebemos a infinidade de vezes em que, pouco a pouco, minávamos o que havia de mais bonito, o melhor naquela confusão que, sabíamos, era amor. Não gostava de brigar, mas as discussões surgiam do nada, dessa necessidade irracional e incontrolável de querer, de te querer e de não saber bem ao certo se você estava disposto, se naquele momento éramos nós dois, nada além de nós. Bem sabemos que a vida, nossas vidas, são bem mais que nós. Queria poder estar ao teu lado a cada fisgada que, sei, você sentiu em seu peito, a cada lágrima que tentou impedir, a cada momento em que o chão poderia se abrir, pois nada mais importava. Eu queria poder te dizer, e te fazer entender, que eu apertaria tua mão, não te deixaria cair. Pois havia tanto para nós aqui em cima, eu consigo ver, no meio de todo o sofrimento, de pensamentos sombrios, de sentimentos guardados, através desses nossos orgulhos feridos e tão massacrados. Eu queria poder rasgar essa cortina que você construiu, que só me permite enxergar o teu contorno quando há muito eu toquei o teu cerne. É que essas palavras que dissemos não tinham um manual de instruções. Elas não seguiram o caminho que esperávamos, afinal, quem poderia esperar por isso? "Eu te amo" é muito mais do que três palavras, sete letras, não é? Elas foram bem mais o ápice do nosso desencontro que o clímax da nossa relação. Mas eu não queria que o erro maculasse isso que nós temos, isso que não necessita de palavras, de codificações ou decodificações. Isso que é maior que nós, que me faz te alcançar, rasgar cortinas e te penetrar, enfim. Isso que destrói esses belos muros que construímos para nos proteger um do outro. Isso que, sabemos, e espero, é o nosso amor. Que permanece oculto, latente como a única verdade, a única nossa verdade.
E não tem fim, entende? Nunca poderemos estar seguros, pois isso que se deseja implica devoção - algo tão distante e ilusório. Segurança não nos liberta, apenas o confiar no outro nos permite ser e viver o que é para ser nosso. Isso é aqui, em qualquer lugar onde estivermos, mas não tem que ser agora. É importante saber (te) esperar.
07/08/2010-08/08/2010, uma madrugada.
ResponderExcluirLi varias vezes alguns vários fragmentos desse texto. A segurança nos deixando tão confortavelmente presos, que achamos estar livres. As verdades de cada um que são apenas de cada um e de ninguém mais. Quem poderia esperar por isso? Ninguém, e, apesar de tudo, é importante saber esperar. Espero que a espera para você seja uma viagem e não um destino. (:
ResponderExcluirTambém desejo, como disseram acima, que essa espera seja uma viagem e não um destino. Esse querer todo e tão imenso, essas confusões e misturas todas de vontades e medos, isso tudo é mesmo o que se chama 'nós', e também como disse Clarice "É a isto que se chama amor, e é."
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