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12.7.10

Lixo

É podre. Não, não está podre. É. Tudo que tocou até hoje se transformou em material pútrido, fétido, morto. Como um verme que se alimenta da carne pura, a perfurada, rasga, sangra. Ou quem sabe como um maníaco. Alguém que não pode, não consegue, de fato, não causar dor até mesmo a quem aprecia. Aprecia, apenas. Não falamos de amor aqui. Vermes não amam. São parasitas que se apoderam do melhor de nós e, paulatinamente, provocando dor, nos matam. Vermes e maníacos, os dois insaciáveis. Destruindo tudo o que há por perto. Não tente se iludir, não tem nada de bom pra salvar. Não há redenção para você hoje ou amanhã. Até que a carapaça tem funcionado, é um bom ator, sabemos. Não é? Agora eu sei. Mas sabemos também que é lixo. E como lixo, só restará lixo, lama, fedor e desgraça. Tudo que um dia já pôde desejar algum bem perceberá, uma hora, o grande equívoco. Eu percebi. E como eu, manterá um sentimento(que nem o é) de perfeita indiferença. Nada como os vermes ou como os maníacos. Eles merecem alguma consideração, eles tem motivos para fazer o que fazem. Quanto a você, é menos que nada. Não é por nada não, estou só constatando.

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