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19.5.11

Disfarçando erros com adeus

Fui te procurar. Sei lá, pensava que estava escondido por ali. Debaixo de um sorriso pretensioso, talvez. Por trás de uma frase otimista. Sei lá, engano meu. Você deixou pra trás a pele, os ossos, a beleza. Quando toquei, estava vazio. Mas não aquele vazio de quem espera por ser preenchido, não aquele vazio que eu conhecia e, quando o vi em você, o senti em mim também. Não, o vazio que agora existia em você era oco. De tudo. Bom trabalho, devo dizer.
Mas é sempre sobre escolhas, né? A escolhe sofrer, escolhe esquecer, deixar de ser, escolhe até machucar, principalmente magoar. E sei lá, o que eu não sei até hoje é como faz pra escolher não amar. Você descobriu a fórmula, não foi? Ou não. Sei lá, dar adeus é quase indolor àqueles que escolhem não se doar. E bom, dar adeus é tão mais fácil que olhar nos olhos e, só assim, contar a verdade. A verdade por trás de desculpas bem construídas pra disfarçar os erros, ou melhor, a escolha de cometer erros. A escolha de fugir, disfarçar e nunca, nunca a escolha de se mostrar, certo? Errado. Eu deveria sentir muito, mas não. Desculpa dizer só agora, mas eu vi. E não tive medo do que estava lá. Eu escolhi amar alguma coisa fadada à desgraça. E errei, mas não pretendo disfarçar.

9.5.11

Vem sem pressa, mas vem



Depois da tempestade, a calmaria. Depois da calmaria vem o quê? Como diriam Camelo e Amarante, deixa ser como será, agora eu vou sem me preocupar, porque vem, eu sei.
Ah, ela vem...e muito bem vinda.
Emoldurada numa porta azul, em um dia de domingo, talvez com borboletas amarelas e uma chuvinha fina, pode ser uma tempestade, não ligo, é a minha chuva. Pra encharcar a alma, lavar as feridas e remover os males. É o meu tempo e minha paz que vem, sem pressa, quando eu menos esperar...já estão aqui.