Eu queria te contar da minha saudade. Há dessas saudades que doem, eu sei, mas não a minha.
Eu queria te contar o que venho sentindo. Há desses sentimentos que doem, eu sei, mas não o meu.
Eu queria te contar do meu amor. Há desses amores finitos, mas não o meu por você.
No princípio havia esse amor sofrido, esse sentimento que doía, essa saudade que sangrava.
Eu queria te contar que esse amor agora é outro: se transformou numa saudade que não dói e o sentimento que eu tenho é orgulho. Meu amor é uma saudade que tem gosto daquele abril em que nossos banhos de chuva eram só nossos e eram mágicos. A lembrança do sorriso radiante que rasgava as nuvens e as camadas da espessa neblina entre nós é o sentimento que vem dessa saudade. Te encontro agora e minha face não irradia aquela felicidade incontrolável traduzida no mais caloroso dos abraços. Tenho agora um sorriso com ares de condescendência e timidez, mas principalmente orgulho. Esse orgulho que é sentir esse amor, que doeu, que sangrou, que sarou e deixou marcas, mas que é o sentimento mais puro dentro de mim. O amor que perdura e agora traz consigo um sorriso que acalenta, me dá a paz que antes vinha apenas do seu abraço. O tempo que passa, cura feridas e ameniza dores foi meu companheiro enquanto estavas distante. Agora esse amor que se tornou algo maior que nós mesmos. O amor que é meu, seu também e, mais ainda, é o amor que se deseja ter.