Páginas

6.2.11

Inexplicações


Desejava acordar e encontrar o céu negro sem estrelas. Que as flores da sacada murchassem. Queria lavar o sonho angustiante com lágrimas de quem sofre por amor. Esperava cortar-se acidentalmente e observar a gota de sangue escorrer pela pele seca. Sonhava tanto, tanto com algo que a movesse daquele estado inerte de quem não espera, não sente, não deseja nada.

Era, antes de tudo, uma alma inocente. Vida amarga, sonhos rasos, coração intacto. Enlouqueceu. Faltava-lhe dor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário