Desejava acordar e encontrar o céu negro sem estrelas. Que as flores da sacada murchassem. Queria lavar o sonho angustiante com lágrimas de quem sofre por amor. Esperava cortar-se acidentalmente e observar a gota de sangue escorrer pela pele seca. Sonhava tanto, tanto com algo que a movesse daquele estado inerte de quem não espera, não sente, não deseja nada.
Era, antes de tudo, uma alma inocente. Vida amarga, sonhos rasos, coração intacto. Enlouqueceu. Faltava-lhe dor.
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