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4.4.11

Meio

Aqui, bem aqui, no meio, o nosso meio confuso.
Aqui onde se é meio forte, meio fraco. É o meu meio medo, sua meia vontade.
É bem aqui esse meio desejo, essa meia hesitação. É o copo. Minha sede de você todo, toda em você afogar. Toda a sua profundidade, a falta de ar, o excesso do nada. É meio e é todo. Sabe?
É esse meio, meio termo, meio amor, meio meu, meio seu. É uma meia vida, meio sonho, meia alma. E é bem aqui, em nós, no meio da razão e da paixão. É o nada, mas com certeza poderia ser o todo.

Um comentário:

  1. Sempre me confundiram com aquela pergunta de 'copo meio vazio ou meio cheio', porque afinal ele seria o mesmo, mudando apenas o ponto de vista, o ângulo de observação. Qualquer meio é sempre metade começo e metade fim, metade inteiro e metade partido. E essa ideia dúbia sempre me angustia mais do que refletir sobre o copo.

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