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6.8.10

Precipício

Estávamos de mãos dadas, sempre mãos dadas. Juntos, mas não próximos. O contato, pura convenção. Nossos toques, vazios. Nossos abraços, sem calor. Nosso amor...havia mesmo amor? Nossa distância, intensa. Chegamos à beira do precipício. Logo ali, tão perto o tudo e o nada. Mistério. Ouvi você pedindo para eu não ir, para ficar com você, apertou minha mão mais forte. Desculpe, sempre fui mais id. O azul me convidava. E nesse dilema, dar um passo pra trás ou mergulhar, permaneci. Passo pra trás? Mergulhar? Passo pra trás? Mergulhar? Passo pra trás? Mergulhar? Passo pra trás? Mergulhar? Passo pra trás...? Mergulhar...?
Sorri para você. Dei um passo pra trás. Mirei o azul. Soltei sua mão e mergulhei.

Um comentário:

  1. Essas palavras fazem tanto sentido na minha vida que eu poderia ter escrito elas. Talvez fosse mais difícil falar da distância, talvez eu propositalvelmente me desenhasse desacompanhado nesse momento e talvez o destino final fosse outro. Desculpe, mas infelizmente, sempre fui mais superego.

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