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22.11.10

Lendo relatividade

Tenho tentando ler você. Extrair algo mais puro, mais intocado, mais escondido por trás dessa sua face impecável. Entre um olhar, um sorriso, no segundo que permeia o inspirar-respirar. Sem sucesso, garota. Isso deve ser tudo o que move o âmago da minha vontade, a louca vontade de te conhecer por dentro, de ler nas entrelinhas dos teus músculos, nos intervalos das tuas células, nos pequenos pedaços de infinito do teu cérebro. Mas, entenda, eu não gostaria de querer te ler. É bem mais do que eu poderia lidar. Não é? Me diga você, valeria o risco, me agradaria a vista? Ou mais uma vez, como tantas, seja apenas puro medo. Puro, sim. Esses sentimentos que me vem como avalanche, vem também intocados, devastando tudo o que há pela frente, eu, você, qualquer coisa.
Não, não, garota, eu não consigo ler você. Isso...atrai. Atrai ao passo que assusta. Enlouquece ao passo que queima, ao passo que acalma, ao passo que atormenta, ao passo que acolhe, ao passo que dou outros passos, passos que me encaminham para você. Passos que vão me levando até quando não sei. Vou agora, é tempo de caminhar.

2 comentários:

  1. Às vezes me pergunto assustado o que se passa na tua mente quando escreves...

    Pra mim sempre há um segundo sentido em teus textos... Difíceis demais de definir, destrinchar, traduzir... Mas... Perfeitos como sempre...

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  2. Talvez o conhecimento seja nossa maior fuga do medo, o medo de perder o controle. Queremos sempre ler tudo. Ler todos. E depois de tanto ler tanta gente, queremos descansar os olhos no colo de alguém que não precisa ser lido. Alguém que constantemente quer se traduzir pra nós. =)

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