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19.11.11

Debruçar-me

Uma criança, é o que sou.
Em verdade, admito, diante de você, dessa rua,
É preciso que alguém tome minha mão e me atravesse
Mãos estão em falta, me disse a senhora na calçada.

Mãos, pais, pés estão em falta, eu soube
E agora, Deus? Deveria eu andar sozinha por essas ruas e pessoas?
"E agora? É uma ótima pergunta", alguém disse
Me virei e não vi, já havia atravessado.

E agora? Atravesso? Pulo?
De rua, se tornou abismo.
Já me apeguei a tanta coisa inútil, pensei
Mãos, pais, pés?
Debrucei-me.




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